sábado, 26 de junho de 2010

Cartaz do Espetáculo MÃO NA LUVA

Olá pessoal!





Convidamos a todos, nessa segunda-feira, a irem ao TUI - Teatro Universitário Independente (Espeço Cultural Victorio Faccin), às 20:30 horas, assistir ao espetáculo MÃO NA LUVA, com direção de ALine Luz e, no elenco, Antonio Orellana e Daniela Minello.





Também rola apresentação no dia 30, mas dessa vez no Theatro Treze de Maio, às 20:30 horas.





E tem a oficina!
Terça-feira, dia 29 de junho, das 14:00 às 18:00. Gratuita e com certificado!

Inscrições pelo fone (55) 9638-4895 com Girrezi ou (55) 9157-6732 com Gelton.
Quem quiser, pode se inscrever também na segunda, após o espetáculo.





Abraço a todos!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Primeiro Espetáculo






Embora o público que prestigiou a primeira noite do projeto tenha sido pequeno, com a apresentação da peça "O Mar do Tempo Perdido", agradecemos a presença de todos os que estiveram dando força ao programa Teatro Fora do Eixo.










O amigo Marcelo Cabala registrou alguns momentos dos espetáculo, com criação e atuação de Alessandra Dörr:


Parabéns Alessandra!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

TERCEIRA Impressão


De como um espetáculo me mostra que a crítica é uma puta ignorante – com respeito às putas, que são infinitamente melhores. Ou: o teatral está em tudo quando o olho se dispõe a ver.


Automákina
Espetáculo de rua de Porto Alegre, RS.

Ainda não sei bem ao certo como chamar: espetáculo, instalação, performance, happening, música e/ou/+ dança? Ou + teatro? E por que essa necessidade de definir? Às vezes acho um saco que a gente passe meia vida tentando definir o que não precisa, necessariamente, ser definido. Mas, como diz a professora de voz e vozterapeuta Sônia Prazeres, do Rio de Janeiro, desde que a gente colocou essa bendita vértebra em pé, essa última, que liga o pescoço à cabeça, e que andamos assim, com o olhar no horizonte e o nariz empinado, desde essa época, temos necessidade de fazer tudo passar pela tal da razão... e aí surgem os conflitos, e as inevitáveis vontades de classificar, definir, rotular.

Aliás, preciso só falar um pouquinho mais disso. Às vezes converso com os amigos e pergunto: vocês já pararam pra pensar que a gente tenta racionalizar e explicar tudo, e que no fundo, o fenômeno é algo simples? Por exemplo, se alguém grita e bate em outrem, por alguma razão, a filosofia tenta explicar de uma forma, a psicologia de outra, o direito de outra e o ator de outra ainda. E, no fundo, as quatro “dissertações” totalmente diferentes partiram de um único e mesmo fenômeno: a agressão, nesse caso. Também já parei pra me questionar quanto às religiões, nessa mesma lógica: se 20 religiões acreditam em um deus cada uma, quando é que elas vão se dar por conta que, se Deus existe, ele é só um? Prefiro ver o fato como uma alegoria, mas é incrível questionar o quão irracionais podemos ser na busca pela racionalidade.
Mas e o “Automakina”? Pois é... em poucas palavras, existe um maquinário enorme e lindo no meio da praça pública, e um homem que se utiliza desse maquinário de várias formas, em 50 minutos de sons, luzes, músicas, instrumentos tocados, técnicas circenses, e muita tecnologia.

Nenhuma palavra, e muitas coisas ditas, ainda que simbolicamente. Aliás, acho um grande mérito da “ação” – não vou chamar de espetáculo ou performance, mas “ação”, pois certamente é algo que acontece em função de transformar uma realidade na qual está inserido – um grande mérito é o fato de que, apesar de não definir padrões, existe sim uma comunicação com o público, seja pela grandiosidade do maquinário – que por muitas vezes me lembra uma obra visual do artista Max Ernst – ou pela dinâmica do que acontece no tempo em que se desenrola o texto: sim, pois há um texto, mesmo que não haja uma só palavra: o texto cênico, a dramaturgia cênica, e não aquela textual de Ibsen ou de Nelson Rodrigues.

Agora, mais do que qualquer sensação despertada pela apresentação em si, o que me deixa absolutamente encantado é o poder que a arte tem de comunicar-se com o público, especialmente em um espaço aberto, no qual as pessoas que assistem param suas vidas por alguns momentos pra “ver o que está acontecendo”, e acabam tendo o dia modificado em virtude do contato com aquela “idéia” plasmada ali, em praça pública, em ferro fundido, carne e suor.

E é justamente nessa direção que acabo refletindo, tendo ficado na tênue linha que separa o público da crítica. Visualizem: estava eu assistindo, atrás de mim dois camaradas totalmente à vontade em comentários sobre a peça e, à minha frente, um crítico, munido de caneta, caderninho, óculos e muita superficialidade.

Camarada 1 – Tu tá filmando?
Camarada 2 – Tou! Tu também tá! Com o celular!
Camarada 1 – Tou sim! Vou botar tudo no Youtube. Esse cara é louco! Olha o maquinário!
Camarada 2 – Bah... essa é a engenhoca do ano!
Enquanto isso o crítico escrevia (eu lia discretamente o bloquinho):
Tem uma máquina. Ela gira. Tem um DNA girando.
Camarada 1 – Meu, vou ter que mostrar isso pra minha mãe! O cara andando na rua e vê isso! O cara é louco!
Camarada 2 – Ou é desocupado! Vou mostrar pra minha que me acha vagabundo!
Camarada 1 – Olha! Ele tá tocando música! Que a fudê!
Camarada 2 – Não é qualquer um que faz uma dessas hein! O cara é bom!
Mais alguns minutos se passam, e o crítico complementa a genial frase de antes:
Tem uma máquina. Ela gira. Tem um DNA girando. Ele tira um peixe. O peixe tem a cara dele.

Bom... prefiro não comentar mais a respeito... Não sei quantas páginas, parágrafos ou frases terá a crítica desse moço, desse cara de óculos que chegou atrasado no espetáculo e fez essas anotações “geniais” a respeito de um espetáculo complexo de 50 minutos. Sei é que prefiro entrar no youtube e ver a visão “leiga” dos passantes com comentários provavelmente engraçados a respeito da performance de rua, a ler o que um crítico mal saído das fraldas tem a dizer a respeito de algo que, ao que parece, ele não teve simplicidade suficiente pra aproveitar.

O peixe deve ter a cara dele.

SEGUNDA Impressão

De como a música do Chico Buarque pode sustentar uma voz que não se sustenta. Ou: só a casca da laranja não dá suco, mas é bonitinha pra se ver.


Senhora dos Afogados
Espetáculo de São Paulo, com o texto homônimo de Nelson Rodrigues.
Depois do desastre futebolístico que não me deixou ver o espetáculo de dança canadense, acabei chegando ao apartamento onde tenho passado a semana – Gracias Fefa, minha amigona que me cedeu o ap – ajeitei as coisas e saí para ver o outro espetáculo para o qual havia comprado ingresso.

Cheguei com expectativas positivas, mas meio desconfiado... afinal, não é todo dia que se vê um texto do Nelson Rodrigues entremeado por músicas cantadas pelo atores... Isso mesmo: uma das peças míticas do Nelson com, inclusive, Chico Buarque cantado pelo elenco...
Segundo minhas humildes impressões, a peça tem lá suas qualidades... mas os seus defeitos aparecem um tanto mais, e a leitura final fica mais pra um espetáculo “não muito bom” do que o contrário.

Comento: a cenografia é muito bonita, limpa, eficaz, e a iluminação – para mim, um dos pontos mais altos do espetáculo – contribui ainda mais com o todo cenográfico. Os figurinos também são muito bonitos, bem pensados e bem feitos, com exceção do casaco do “noivo” de Moema, que parece ter saído diretamente de uma loja da “Gang” ou da “Hering”, sendo que a peça se passa a algumas centenas de anos...

Aliás, na sinopse oferecida pelo Porto Alegre em cena, era exaltado como qualidade o fato de o diretor ter situado a montagem não na época de Nelson, mas em tempos passados. Eu, particularmente, não vi motivo ou justificativa para isso... é como se fosse apenas um capricho do diretor, e não algo que pudesse estar descrito nas entrelinhas do texto – sim, joguem pedras, mas sou purista com relação à dramaturgia. Fala-se tanto em “Pós-Dramático”, e concordo em gênero, número e grau que o texto dramatúrgico, aquele escrito, não é indispensável a uma montagem: o texto se faz também na cena, veja-se Pina Bausch, Tadeusz Kantor, Bob Wilson e tantos outros... Agora, se o diretor opta por utilizar um texto, por que tentar inserir tantos elementos que não contribuem em nada e, ao contrário, que acabam até prejudicando a leitura do espectador? Sim, já sei, sou purista, mas levanto a bandeirinha com orgulho.

Aí, tem outras coisas: os atores em conjunto formam um coro bem harmônico, mas quando cantam sozinhos, constroem uma artificialidade, uma impostação elevada a tal grau que até as músicas do Chico Buarque ficam... bregas!? Outros nem impostando conseguem despertar algo: a voz fraquinha faz a gente ficar pensando qual seria o grau de parentesco com o diretor pra estarem no elenco – ai, que maldade... mas é verdade.

Mas nem tudo foi assim “causador de desilusão”: a luz e o figurino, em conjunto, têm um efeito fantástico... a gente passa a peça inteira achando que os figurinos são de uma cor, e ao final eles revelam-se totalmente diferentes... como se, no fundo, a gente tivesse sido enganado pelo diretor, da mesma forma que Nelson, em sua genialidade, nos faz acreditar em coisas e as destrói no final da peça.

Enfim... acho que estou sendo “concreto” demais para quem queria escrever um blog sobre impressões... mas foi inevitável levar a percepção para o lado mais racional ao ver a montagem.

Certamente eu recomendo que se veja o espetáculo... no outro dia, conversando com alguns alunos/amigos, eles tiveram as mesmas impressões que eu – alguns até foram mais cruéis do que eu, que de tempos em tempos fico me policiando para não cair em – como dizem alguns por aí – “aquela gente da academia que não gosta de nada”. Pelo contrário, gosto e muito, mas o bom senso sempre aparece em primeiro lugar. Como disse, meus alunos comentaram que não apreciaram o espetáculo, e aí fico pensando: ou estamos criando “monstrinhos”, ou estamos despertando neles um olhar apurado para aspectos da arte teatral; eu, particularmente, acredito mais na segunda opção.

Então: veja o espetáculo. É bonitinho, bem conduzido, bem iluminado e por vezes bem cantado. Como é bonita a casca de uma laranja... que pode até parecer bem saborosa. O problema é que maus atores, que se passam por maus cantores, não dão suco. E aí, por vezes, é melhor olhar a fruta, mas não esperar muito do sabor, que pode decepcionar.
E outra: depois dessa, prefiro ler denovo a peça do Nelson Rodrigues, ou ouvir o Chico em casa. Tem dvds bem baratinhos nas Lojas Americanas.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PRIMEIRA Impressão

De como o futebol tem suas razões para destruir o gosto pela arte e vice-versa. Ou: o encontro do Ronaldinho Gaúcho com o Internacional foi de parar o trânsito.


Crépuscule des Océans
Um espetáculo de dança vindo do Canadá.


Pasmem! Comprei esse ingresso com muitos dias de antecedência – como fiz com os outros também – e não pude assistir ao espetáculo. Justifico: saímos de Santa Maria e chegamos no “Barra Shopping Sul”, em Porto Alegre, às 17:10h. Não bastasse os ingressos serem retirados num shopping center cujo dono é, em parte, o Ronaldinho Gaúcho, esperamos bons 30 minutos na entrada até que uma moto viesse “escoltar” o ônibus – algo me diz que eles sabiam que havia um bando de atores em formação naquele ônibus, e fizeram isso como uma forma de protesto... dizem por aí que tudo o que fazemos é correr pelados com as mãos pra cima dentro da sala de aula e nos jogarmos no chão, uns por cima dos outros... enfim, às vezes parece que tentar ser ator é um crime punível com a morte social, mas escolhemos essa vida. Portanto...

Bom, a moto nunca veio, e saímos correndo atrás dos ingressos, em um Shopping enorme. Por fim, em meio às nossas malas e cobertores, encontramos o local da venda, onde fomos muito bem recebidos pela atriz Margarida Leoni Peixoto, esposa do meu saudoso colega Marcelo Adams – talentosíssimos atores. Já de ingressos na mão, voltamos ao ônibus. O motorista inclusive teve que furar a barreira do guardinha do shopping, que insistia que só saíssemos de lá escoltados pela tal “moto-fantasma”, que nunca apareceu. Já fugidos, saímos do shopping e... o jogo do Internacional “acabara de acabar”. Colorados desiludidos pelos 3 a 2 (sim, de dentro do ônibus dava até para saber do placar) e um ENORME engarrafamento, no qual ficamos presos.
Ou seja: chegamos à rodoviária – de onde eu pretendia seguir para o espetáculo das 18:30h – por volta das 19:40h.

Os “raros movimentos, baseados nos mecanismos mais simples do corpo humano, sem qualquer teatralidade” vão ficar hipotéticos em algum lugar da minha memória.
Ainda carrego na carteira vermelha o ingresso para o “Crépuscule des Océans” intacto, talvez pra me lembrar o porquê de, um dia, indicar a um sobrinho um curso de teatro ou de dança ao invés da escolinha de futebol.

Impressão ZERO


Nunca me passou pela cabeça a idéia de escrever um blog. Em primeiro lugar, por não ter aparentemente um motivo: uns escrevem porque são poetas – ou tentam; outros para desabafar as agruras do coração, dos relacionamentos, dos desencontros e encontros. Outros ainda escrevem simplesmente pelo fato de tentar uma forma de comunicação com o mundo, mas do meu ponto de vista, essencialmente consigo mesmos. Eu, no caso, não me enquadro em nenhuma dessas categorias: não sou poeta – nem tento; acho que as agruras do coração e todo o seu ônus se curam com uma boa conversa – ou trancado num quarto por alguns dias ouvindo músicas tristes pra “desaguar” tudo de uma vez só. Também não tenho a pretensão de me comunicar com o mundo através das palavras... escolhi outra arte, na qual – presumo – me saio um pouco melhor do que com a das palavras.

Em segundo lugar, não escreveria um blog porque o tempo é realmente escasso, e tenho ainda – confesso – parte de uma neurose que me diz “se não for prosseguir, nem começa!”, possivelmente herdada do lado espanhol da família.

Mas por que diabos, então, do dia pra noite resolvi escrever um blog? Que pretensão é essa?

Talvez seja um tanto paradoxal, tendo em vista tudo o que escrevi anteriormente... mas de algum modo, esses últimos dias passados em Porto Alegre, vendo espetáculos e, como não, refletindo sobre eles – mais a falta da bendita/maldita rotina, me inspiraram a falar um pouco sobre as minhas impressões com relação à arte.

Sinto muita falta que numa cidade como Santa Maria, onde vivo e onde, com muito orgulho, trabalho, não haja um jornal que dê conta de comentar um espetáculo, seja ele de teatro, de música, de dança, ou mesmo uma exposição de artes visuais. É claro que não tenho a pretensão de escrever críticas – levaria anos até conseguir um aval do meu bom-senso pra isso – mas penso que a possibilidade de questionar escolhas estéticas, dividir o gosto ou o desgosto por um espetáculo, humildemente indicá-lo ou sugerir que, no lugar de assisti-lo, você poderia ler um livro, são coisas que hoje “me sorriem”, como diria uma grande amiga que atualmente dá seus passos além-oceano.

Enfim... se “essas mal-traçadas linhas” dão conta de justificar a súbita decisão de entrar no mundo dos blogs... ótimo. Se não, be my guest e dá uma olhada no que tem linkado por aqui... esses sim, têm muito o que dizer com as palavras.
Merda!