quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PRIMEIRA Impressão

De como o futebol tem suas razões para destruir o gosto pela arte e vice-versa. Ou: o encontro do Ronaldinho Gaúcho com o Internacional foi de parar o trânsito.


Crépuscule des Océans
Um espetáculo de dança vindo do Canadá.


Pasmem! Comprei esse ingresso com muitos dias de antecedência – como fiz com os outros também – e não pude assistir ao espetáculo. Justifico: saímos de Santa Maria e chegamos no “Barra Shopping Sul”, em Porto Alegre, às 17:10h. Não bastasse os ingressos serem retirados num shopping center cujo dono é, em parte, o Ronaldinho Gaúcho, esperamos bons 30 minutos na entrada até que uma moto viesse “escoltar” o ônibus – algo me diz que eles sabiam que havia um bando de atores em formação naquele ônibus, e fizeram isso como uma forma de protesto... dizem por aí que tudo o que fazemos é correr pelados com as mãos pra cima dentro da sala de aula e nos jogarmos no chão, uns por cima dos outros... enfim, às vezes parece que tentar ser ator é um crime punível com a morte social, mas escolhemos essa vida. Portanto...

Bom, a moto nunca veio, e saímos correndo atrás dos ingressos, em um Shopping enorme. Por fim, em meio às nossas malas e cobertores, encontramos o local da venda, onde fomos muito bem recebidos pela atriz Margarida Leoni Peixoto, esposa do meu saudoso colega Marcelo Adams – talentosíssimos atores. Já de ingressos na mão, voltamos ao ônibus. O motorista inclusive teve que furar a barreira do guardinha do shopping, que insistia que só saíssemos de lá escoltados pela tal “moto-fantasma”, que nunca apareceu. Já fugidos, saímos do shopping e... o jogo do Internacional “acabara de acabar”. Colorados desiludidos pelos 3 a 2 (sim, de dentro do ônibus dava até para saber do placar) e um ENORME engarrafamento, no qual ficamos presos.
Ou seja: chegamos à rodoviária – de onde eu pretendia seguir para o espetáculo das 18:30h – por volta das 19:40h.

Os “raros movimentos, baseados nos mecanismos mais simples do corpo humano, sem qualquer teatralidade” vão ficar hipotéticos em algum lugar da minha memória.
Ainda carrego na carteira vermelha o ingresso para o “Crépuscule des Océans” intacto, talvez pra me lembrar o porquê de, um dia, indicar a um sobrinho um curso de teatro ou de dança ao invés da escolinha de futebol.

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